terça-feira, 10 de março de 2009

A minha opinião

Aproveitando facto de gerir este espaço, ir acompanhando alguns dos problemas das nossas competições distritais e, simultaneamente, exercer a actividade de árbitro de futsal, sentindo na pele alguns desses problemas, quero deixar aqui a minha humilde opinião sobre alguns aspectos que gostaria de ver melhorados.

É do conhecimento geral que, no inicio desta época desportiva, nos jogos de futsal, no escalão sénior masculino, existiu o problema do policiamento ou a falta dele. Os serviços competentes da AFE remeteram o assunto para os Regulamentos e nós árbitros ouvimos as reclamações dos dirigentes. Grande maioria, ou a totalidade, dos dirigentes alegou que nós, árbitros, estávamos a condenar a modalidade, insistindo para que dirigíssemos os jogos sem policiamento, pois assim conseguiriam poupar algum dinheiro dos seus parcos orçamentos. Não discordo que seja um grande encargo para os clubes, mas também não deixo de dizer, e frisar, que a segurança não serve só para os árbitros mas sim para todo o espectáculo, árbitros, jogadores, dirigentes e público. Resumindo o rumo dos acontecimentos. Após uma reunião entre árbitros e a AFE, na qual tive muita pena de não poder participar, pois a mesma foi marcada muita em cima da hora e eu já tinha compromissos, ficou então decidido que, para os árbitros que concordassem em arbitrar, só existiria policiamento nas últimas três jornadas do campeonato e em todas as eliminatórias da taça, ou policiamento para os clubes que face aos relatórios dos árbitros ou observadores e directores da associação sejam detectadas situações menos próprias. Face ao exposto, deram assim os árbitros o seu contributo para a realização dos jogos sem policiamento. Embora não tenha, até agora, arbitrado muitos jogos do distrital de seniores masculino, acompanho com muita frequência a blogosfera, os sites e comentários. Resultado, os criticados são aqueles que até agora mais humildade demonstraram e mais cederam às exigências dos restantes, os árbitros. Pelas mais diversas razões somos quase sempre o alvo favorito de quem comenta e escreve nos espaços mencionados.

Serve este meu desabafo para poder exigir também que sejam revistos alguns aspectos das competições de futsal, pois em qualquer negociação deverão existir cedências de parte a parte. Se os clubes conseguiram levar a água a bom porto, no que ao policiamento diz respeito, deverão então ser revistas outras situações:

- Jogos de seniores masculinos, com cronometrista nomeado pelo Conselho de Arbitragem da AFE, a bem verdade desportiva e da resolução das pequenas quezílias que por vezes acontecem entre os dirigentes dos clubes que se disponibilizam para cronometrar os jogos;

- Jogos de Seniores Feminino, Juniores e Juvenis, arbitrados por dois árbitros, pois sozinho é impossível ver tudo e erra-se com muita frequência, basta uma jogada mais rápida e uma colocação difícil e deficiente por parte do árbitro para que passe impune uma falta ou até uma situação mais grave. Também a situação das bolas que saem no lado oposto ficaria salvaguardada. No futuro adoptar também o cronometrista nestes escalões;

- O horário dos jogos de Seniores Masculino também deveria ser revisto, reconheço que a falta de árbitros é uma realidade, mas com esforço talvez se consiga arranjar uma solução, pois com jogos às 20h00 e 21h00, com jogos na TV, o publico custa a comparecer nos pavilhões.

Contestam os dirigentes dos clubes que as taxas associativas são caras, sobre isso não me posso pronunciar, além de desconhecer o valor dessas taxas, inscrições de clubes e jogadores, não compete aos árbitros decidir sobre esses e outros aspectos, no entanto os clubes que reivindiquem, tal como já fizeram com outros assuntos, à semelhança do policiamento.

Não é pedir muito e acho que ainda assim os clubes ficariam a beneficiar, pois o policiamento sai muito mais caro do que a implementação destas medidas. Creio inclusivamente que se conseguiriam até captar mais árbitros para a modalidade, pois muitos não arriscam a arbitrar nas condições existentes por falta de confiança e experiencia na actividade, pois se se nomearem dois árbitros para jogos onde agora só vai um, aos poucos vão-se assimilando conhecimentos e confiança para continuar, à semelhança daquilo que acontece no futebol, onde apenas as escolinhas são arbitradas por um árbitro e todos os restantes escalões por dois ou três, incluindo assistentes, permitindo assim o amadurecimento e evolução do árbitro e a sua responsabilização na modalidade.

Na minha humilde opinião são medidas que se poderão adoptar no futuro e só servirão para a grande melhoria da modalidade no seu todo, enquanto espectáculo e competição desportiva.




1 comentário:

  1. Totalmente de acordo com este post, pois tão ou mais importante que a questão do policiamento será o valor demasiado elevado das taxas para inscrição de jogadores no futsal. Como dirigente concordo que os árbitros são normalmente o alvo das críticas, mas com ou sem policiamento continuará a acontecer, e não acredito que seja onde for, algum adepto, jogador ou dirigente fará algo que prejudique a integridade dos SRs. Árbitros.
    Agradeço a disponibilidade demonstrada pela vossa classe, na medida em que, se fosse obrigatório o policiamento, a maioria dos clubes de futsal não teriam participado no campeonato, pois não têm onde ir buscar receitas, porque ao contrário do futebol 11, no futsal é proibido cobrar entradas e os apoios das autarquias são insuficientes para levar a bom porto toda a época desportiva.

    Cumprimentos

    Garcia

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